A Arte Renascentista
INTRODUÇÃO
Na medida em que o Renascimento resgata a cultura clássica, greco-romana, as construções foram influenciadas por características antigas, adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs adotando-se os padrões clássicos e a construção de palácios e mosteiros seguindo as mesmas bases.
ARQUITETURA
Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas
"Hospital Tavera" Alonso de Covarrubias -- Toledo, Espanha
"Praça do castelo de Vigiano" Bramante -- Lombardia, Itália
ESCULTURA
Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.
Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo.
Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas.
"Busto de Lourenço de Médicis" Michelangelo
"Estátua Eqüestre" Donatello -- Piazza do Santo, Pádua
PINTURA
Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às obras.
"Adão de Albrecht Dürer, Museu do Prado -- Madri
MONALISA "Monalisa" de Leonardo da Vinci, Museu do Louvre - Paris
Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
As obras abaixo são de Antonio Allegri (Corregio) e refletem bem o espírito do renascimento, caracterizadas por elementos que remontam ao passado clássico, elementos religiosos e por grande sensualidade, destacando a perfeição das formas e a beleza do corpo, junto a presença de anjos.
"Danae" Galeria Borghese
"Júpiter e Io" Kunsthistoriches Museum -- Viena
"Nossa Senhora da Cesta" national Gallery -- Londres
"Noli me Tangere" Museu do Prado -- Madri
(ttp://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=215)
RENASCIMENTO CULTURAL ou RENASCENTISMO
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650, sobretudo no século XVI. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.
O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Ou seja, a partir do Renascimento, o ser humano passou a ser o grande foco das preocupações da vida e do imaginário dos artistas. O retrato, por exemplo, tornou-se um dos gêneros mais populares da pintura, utilizado, na ausência da fotografia, para o registro de pessoas e famílias nobres e burguesas.
Dentro desse universo de figurações, o autorretrato se estabelece como um sub-gênero repleto de peculiaridades. Nele, o artista se retrata e se expressa, numa tentativa de leitura e transmissão de suas características físicas e sua interioridade emocional.
Ali também, na maneira como utiliza cores e pinceladas, no modo como desenha suas próprias formas e lhes atribui volumes e texturas, o artista constrói seus próprios comentários sobre a natureza e os atributos da arte.
Características gerais: Racionalidade; Dignidade do Ser Humano; Rigor Científico; Ideal Humanista; Reutilização das artes greco-romana.
Principais características da Pintura Renascentista:
– Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
– Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
– Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
– Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
Conhecido também por G. Barbarelli ou Giorgio da Castelfranco, Giorgione foi o iniciador da escola veneziana. Influenciado por seu mestre Giovanni Bellini, abandonou a rigidez geométrica do Renascimento à qual antepôs a suave modelagem e a difusão dos contornos na luz.
Também se preocupou em revalorizar a simbologia da paisagem como expressão de estados de ânimo. Os dados biográficos de Giorgione são bastante confusos, e infelizmente são poucas as obras que trazem assinatura, o que torna extremamente difícil sua identificação.
Isso contribuiu para a formação, entre os críticos, de duas correntes históricas opostas: a Expansionista, que pretende declarar como pertencentes ao pintor todas as obras que estejam de acordo com o essencial de seu estilo, e a Restritiva, que limita o número de quadros aos assinados.
É improvável que essas teorias entrem em acordo quanto à totalidade da produção de Giorgione. No entanto, o pintor realmente deixou claro para a posteridade que o belíssimo quadro “A Tempestade” é obra de seu genial pincel.
Veja “A Tempestade”, obra pintada em 1505, na página: As Dez Mais! Há também a famosa obra “Vênus Dormindo” pintada em 1510...
“A Velha” – Giorgione, Veneza – Itália...
“O casamento desigual”, obra de Metsys que compõe o acervo do MASP, São Paulo.
Parece que seu nome original foi Jacopo Robusti... Do lado esquerdo, “Autorretrato” – Tintoretto. Do lado direito, selo emitido pelo Paraguai em 1972 que mostra a obra “Autorretrato” que está no Museu do Estado, em Assunção – Paraguai.
Nota: Série de Uganda com 6 valores (1994?), cujos selos mostram obras de Tintoretto: 100 xelins (Self Portrait), 300 xelins (A Philosopher), 400 xelins (The Creation of the Animals; detalhe), 450 xelins (The Fest of Belshazzar; detalhe), 500 xelins (The Raising of the Brazen Serpent) e 1.000 xelins (Elijah Fed by the Angel).
Arquitetura renascentista
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura).
Principais características:
- Ordens Arquitetônicas
- Simetria
- Arcos de Volta-Perfeita
- Simplicidade na construção
- A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
- Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)
Exemplos na França, Paris: Igreja St. Etienne-du-Mont; Igreja St.-Eustache; Fontaine des Innocentes; Pont Neuf. Exemplos na Espanha: Hostal de San Marcos.
O principal arquiteto renascentista:
Brunelleschi, é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da Catedral de Florença e a Capela Pazzi.
Escultura renascentista
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o Palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi em bronze (1,26 m).
Principais características:
- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
- Profundidade e perspectiva
- Estudo do corpo e do caráter humano
MICHELANGELO (1475-1564)
Michelangelo Buonarroti (Renascimento)
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, um dos maiores nomes do Renascimento. Nascido em Caprese, perto de Arezzo, aos 13 anos ingressa como aprendiz na oficina do pintor Ghirlandaio, um dos principais mestres do Quattrocento florentino.
Em 1489, entra para a Escola de Escultura de Florença e lá permanece até a morte de Lorenzo de Medici, seu mecenas e amigo, em 1492. Nesse período converte-se aos ideais de beleza e às concepções filosóficas da Grécia antiga. Estuda as esculturas gregas e romanas da coleção dos Medici e aprende anatomia humana.
Em 1496 vai para Roma. Esculpe a “Pietá” (1498-1499), que se encontra ainda hoje na entrada da Basílica de São Pedro, no Vaticano. De volta a Florença, em 1501, faz a estátua “David” (final desta página).
Em 1505, o Papa Júlio II encomenda-lhe seu túmulo. O artista passa oito meses escolhendo mármores para o mausoléu, mas não termina o projeto. Após a morte do Papa, em 1513, esculpe duas grandes estátuas, “Moisés” e “Os Escravos”.
Conta o biógrafo Vasari, contemporâneo do artista, que Michelângelo, depois de terminar “Moisés” e diante de sua perfeição, teria batido no joelho da escultura e pronunciado a tão difundida expressão: “Parla!”
De 1508 a 1512 pinta o teto da Capela Sistina, no Vaticano, com cenas do Velho Testamento. Nomeado primeiro arquiteto, pintor e escultor do Vaticano pelo papa Paulo III, projeta a enorme cúpula da Basílica de São Pedro. Já no fim da vida se dedica principalmente à arquitetura. Morre em Roma.
“A Criação de Adão” (pôster de 60 × 30), célebre pintura que Michelangelo fez no teto da Capela Sistina.
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina, “A Sibila Cumana”, “A Sibila Pérsica”, a “Sagrada Família” (Galeria Uffizi – Florença), entre outras. A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 × 13 × 20 altura).
Obs.: É nessa própria Capela que se faz o Conclave – reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. A fumaça negra – indica que o Papa ainda não foi escolhido, e a fumaça branca – que o Papa acaba de ser escolhido, ambas avisam o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Detalhe da obra “A Criação de Adão”. Pôster de 48 × 36 polegadas.
Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
É bem verdade que a Monalisa de Da Vinci é a obra de arte mais famosa e a sua Santa Ceia a mais reproduzida, mas basta depararmos com os afrescos da Capela Sistina e averiguarmos o conjunto de sua obra, para estarrecermos com o talento e o fôlego de Michelângelo. Num certo sentido, Da Vinci era teoria; Michelângelo, prática...
Rafael, o terceiro nome do renascimento italiano, retratou a ambos em sua “Escola de Atenas”, como Platão e Aristóteles.
Selo da Nicarágua emitido em 1974 que mostra a obra “A Criação de Adão”. Muitos selos do mundo inteiro retratam esta obra... Um deles foi emitido pela Hungria em 1975 (Scott: 2362). A Hungria também emitiu anteriormente, em 1964, uma série de 18 selos (Scott: 1578/1595) que mostra Michelangelo.
Nota (famosos): Michelangelo compôs sonetos e letras de amor para Febo di Poggio, Urbino Tammasso Cavalieri e Cecchino de’ Bracci. Quando publicou os poemas, ele alterou partes, para se ler como se tivesse escrito para uma mulher...
Há uma série da Itália emitida em 1961 (Scott: 813/831 $), com várias obras de Michelangelo...
Abaixo (lado esquerdo), selo de Granada emitido em 1975 que mostra a cabeça da estátua “Pietá”. No centro, selos do Vaticano de 1970 (Scott: 492/494) que mostram fragmentos do afresco “A Criação” (Adão e Eva) – da Capela Sistina. JT
Do lado direito, selo da França que compreende uma série de 7 valores emitida em 1957 (Scott: 857/863), cujos selos mostram os retratos: Nicolaus Copérnicus (8F), Michelangelo (10F), Miguel de Cervantes (12F), Rembrandt (15F), Isaac Newton (18F), Mozart (25F) e Wolfgang von Goethe (35F). JT
Abaixo, folhinha com 6 selos emitida em 2001 por Guiné Bissau. NT...
Selos da ex-União Soviética (USSR) emitidos em 1975 (Yvert: 4119/4, Michel: 4329/4) para comemorar o Aniversário de 500 Anos do Nascimento de Michelangelo. Um dos selos (o qual não tem a imagem) mostra: “Jugement dernier”, fragmento de afresco da capela Sistina, em Roma (1536-41); os outros mostram:
- “Menino Sentado” (1524) – Museu Hermitage, em St. Petersburgo
- “Escravo Rebelde” (1513) – Museu do Louvre, em Paris
- “Autorretrato de Michelangelo” (selo do bloco: Yvert: Bloc 100, Michel: 101)
- “A Criação de Adão” (detalhe)
DAVID (1000-960 a.C.), Rei Israelita
David, de Michelangelo (1501/1504)
David e Jonathan, cujo “amor transcendia o amor das mulheres”, tem inspirado os grandes artistas do mundo, escultores e poetas...
Por séculos, artistas ocidentais tem resgatado a escultura David como a beleza perfeita do homem. Uma inspeção mais apurada revela que a estátua tem estrabismo no olho. Essa imperfeição só foi descoberta recentemente, talvez porque a maioria dos admiridores se destraíam com sua genitália...
Michelangelo foi convidado pela Senhora de Florença a dar sua opinião a respeito de um bloco de mármore que havia sido adquirido para realizar uma estátua colossal, projeto que, sem resultado, trabalharam outros escultores. Na ocasião, ele própio se ofereceu para esculpir uma figura humana, e sua proposta foi aceita.
David foi, provavelmente, concebido como personificação do governo republicano que havia encomendado a execução da obra. Não tem a espada empunhada como seus predecessores, obras de Donatello e Verrocchio. Michelangelo pensou em realizar uma imagem que passasse tanto poder espiritual como energia física, que não teve necessidade de recorrer ao símbolo das armas para representar seu heroísmo.
A figura expressa força e agressividade, mais em potência do que em atitude. A decisão do jovem bíblico de ir à luta está sutilmente expressada através do imprevisto giro de sua cabeça à esquerda, de seu olhar firme direcionado ao inimigo, da tensão que invade todos os seus membros e das veias das mãos que parecem incharsse de sangue pelo impulso da ira.
Esta obra, possui características importantes e é um gigante em suas dimensões, inspirado nas antigas maravilhas. Originalmente, destinada a ser um dos pilares externos da tribuna do Duomo florentino, logo mudou de destino e se encontra no museu “Academia” (Via Ricasoli, 58/60), em Firenze.
Nota (réplica de Davi): Tive a oportunidade de contemplar esta obra em 02/08/07 (quinta-feira), pois cheguei propositalmente em Florença um dia anterior, assim poderia passar o dia do meu aniversário na capital da bela Toscana...
Na frente do Palazzo Vecchio há uma réplica da estátua, sendo um símbolo público que representa a imagem de Florença ao mundo...
Selo da Rússia emitido em 1975 (SG: 4368). Selo do Uruguai emitido em 22/03/2001: 500 anos da Estátua de David.
Selo de Mônaco emitido em 2001. Selo de Granada emitido em 1975 (Scott: 676). Selo aéreo de Butão...
LEONARDO DA VINCI (1452-1519)Leonardo Da Vinci, artista plástico, cientista e escritor italiano, nasceu em 15 de abril de 1452 – data em que se comemora o Dia Mundial do Desenhista. Um dos maiores pintores do Renascimento e, possivelmente seu maior gênio, por ser também anatomista, engenheiro, matemático, músico, naturalista e filósofo, bem como arquiteto, escultor e reinventor da fábula na Itália. “Autorretrato” (Auto Ritratto) – Leonardo da Vinci
Existem dúvidas sobre o lugar de seu nascimento: para alguns historiadores, seu berço foi uma casa de Anchiano, uma localidade de Vinci, enquanto para outros, foi o próprio lugar de Vinci, situado na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre Florença e Pisa, na região da Toscana – Itália. Suas fábulas e lendas relacionavam-se com as de Esopo, Fedro e dos “bestiários” medievais. Com raras exceções, eram quase todas inventadas por ele mesmo e continham uma finalidade moral. Ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. “A Virgem e a Criança” Obra destacada: “A Virgem dos Rochedos” (cerca de 1483-1486; acervo de Francisco I, mais tarde no acervo do Louvre), cujo retábulo, a primeira das obras-primas realizadas em Milão e da qual existe uma versão posterior na National Gallery de Londres (cerca de 1508, numa versão mais clara; no acervo desde 1880), trata o tema da Imaculada Conceição, colocando o grupo da Virgem com o Menino e São João, assistidos pelo anjo Uriel, ante uma paisagem rochosa; trata-se de uma metáfora da revelação do rosto da Virgem extraída do Cântico dos Cânticos, muito frequente na iconografia Mariana e do especial agrado dos defensores da Imaculada Conceição. Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta etc. Como Shakespeare, Leonardo surgiu do nada e acabou sendo aclamado universalmente. Leonardo foi um filho ilegítimo de um advogado local da pequena cidade de Vinci. Seu pai o educou e pagou seus estudos, mas supomos que seu talento não foi afetado pela sua origem. Suas ideias científicas quase sempre ficaram escondidas em cadernos de anotações e foi como artista que obteve reconhecimento de seus contemporâneos. Estagiou no estúdio de Verrochio (importante artista da época), em Florença. Mudou-se para Milão em 1481, onde trabalhou para a corte de Ludovico Sforza. Até 1506, Leonardo trabalhou principalmente em Florença e tudo indica que nesta época tenha pintado a Mona Lisa, sua obra mais famosa. Entre 1506 e 1516, viveu entre Milão e Roma. Convidado por Francisco I, viajou para a França em 1516, onde faleceu no ano de 1519. Quando Leonardo da Vinci visita a França em 1516, ele traz junto a Mona Lisa, pequeno retrato de uma nobre florentina, conhecida como La Gioconda, pintado cerca de 1504, considerado exemplo do retrato renascentista. O Rei Francisco I que começou a coleção dos quadros do Louvre, comprou vários quadros italianos, inclusive a Mona Lisa. Ele era um homem belo, tinha uma esplêndida voz, uma mente magnífica, uma excelência em matemática e tendências científicas. Sua abundância de talentos levava-o a questionar e a lutar contra seu lado artístico, raramente terminando uma pintura e, frequentemente, experimentando novas técnicas. Pôster ilustrado com a obra “O Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci, 1490. Lápis e tinta sobre papel, 34 × 24 cm. Gallerie dell’Accademia, em Veneza – Itália. As ideias de proporção e simetria aplicadas à anatomia humana. O Homem Vitruviano é baseado no conceito do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio (que viveu no século I a.C.; do qual o desenho herda o nome), apresentado na série de dez livros intitulados de De Architectura, um tratado de arquitetura em que, no terceiro livro, ele descreve as proporções do corpo humano. Tal conceito é considerado um cânone (conjunto de regras) das proporções do corpo humano, segundo um determinado raciocínio matemático e baseando-se, em parte, na divina proporção (tamanho dos braços iguais, por exemplo). Desta forma, o homem descrito por Vitrúvio apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza. Originalmente, Vitrúvio apresentou o cânone tanto de forma textual (descrevendo cada proporção e suas relações) quanto através de desenhos. Porém, à medida que os documentos originais perdiam-se e a obra passava a ser copiada durante a Idade Média, a descrição gráfica se perdeu. Desta forma, com a redescoberta dos textos clássicos durante o Renascimento, uma série de artistas interpretou os textos vitruvianos a fim de produzir novas representações gráficas. Dentre elas, a mais famosa e difundida é a de Leonardo da Vinci. O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano no século XV é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao Renascimento italiano. O desenho também é considerado frequentemente como um símbolo da simetria básica do corpo humano e, para extensão, para o universo como um todo. É interessante observar que a área total do círculo é idêntica à área total do quadrado (quadratura do círculo) e este desenho pode ser considerado um algoritmo matemático para calcular o valor do número irracional phi (aproximadamente 1,618). Abaixo (lado esquerdo), um cartão telefônico da Itália Telecom, mostra a famosa obra “Divina Proporção”. Do lado direito, selo das Nações Unidas de Geneva, emitido em 1972, em comemoração ao Dia Mundial da Saúde (Scott: 24). “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, Museu do Louvre, Paris – França. A “Mona Lisa”, o mais duradouro símbolo da mística feminina, tornou-se o retrato de uma virtuosa mãe de família, que teve cinco filhos, incluindo duas meninas que viraram freiras. Depois de dois séculos em que os historiadores tentaram desvendar a identidade da modelo – as teorias iam desde a própria mãe do pintor até uma prostituta de Florença – novas pesquisas chegaram a uma conclusão: trata-se de Lisa Gherardini, mulher de um rico comerciante de seda. Giuseppe Pallanti, professor de Florença que passou os últimos 25 anos pesquisando os arquivos da cidade, descobriu as primeiras evidências claras da relação da família Da Vinci com Francesco del Giocondo, rico comerciante de seda que se casou com Lisa, em 1495. O pesquisador também descobriu que, em 1550, Giorgio Vasari, biógrafo do artista italiano, disse que Lisa seria a mulher retratada por Da Vinci. E ele era uma fonte confiável, porque conheceu a família Giocondo pessoalmente. Por séculos, a “Mona Lisa” foi conhecida também como “La Gioconda”, justamente por causa da teoria de Vasari. Apesar disso, a enigmática natureza do quadro e seu misterioso sorriso foram estudados por dezenas de pesquisadores, principalmente porque, ao contrário de outros retratos da época, a pintura não está assinada, datada e nada indica o nome da mulher sentada. Entre as que foram apontadas como possíveis modelos aparecem Isabella d’Este (mostrada no selo abaixo), Isabella Gualanda e Cecilia Gallerani, figuras da sociedade italiana daquele tempo, e várias outras cortesãs e prostitutas. A mãe do artista também chegou a ser identificada como a mulher retratada... Selo da França emitido em 1983 mostra o retrato de Isabelle d’Este. Baseada no fato de que o rosto de Da Vinci é semelhante ao da “Mona Lisa”, mais recentemente uma outra teoria foi levantada, a de que, na verdade, o quadro seria um autorretrato do artista, que hoje acredita-se fosse homossexual... Pois, por mais de vinte anos da Vinci se “revelou” a seu aprendiz, Andrea Salaino, com presentes caros... Em 1512, Francesco Meizi substituiu Salaino nas afeições de Leonardo... Agora, depois de anos mergulhado nos arquivos da cidade, Pallanti descobriu que o pai de Da Vinci foi amigo de Francesco del Giocondo. – O retrato de “Mona Lisa”, feito quando Lisa tinha 24 anos, foi provavelmente encomendado pelo próprio pai de Da Vinci para o seu amigo – diz Pallanti, que vem defendendo a sua tese num livro recém-publicado. – O pai de Da Vinci pode ter feito a encomenda também para ajudar o filho, que naquele tempo ainda não era conhecido. (O Globo) Do lado esquerdo, selo da França emitido em 1999, para a PhilexFrance’99. Ao lado, vinheta da França que compõe um tríptico de 1993, emitido para marcar o Bicentenário do Museu do Louvre. Abaixo, o selo do Reino Unido, emitido em 1990, também mostra um detalhe da obra “Mona Lisa”.
Ao pintar a famosa obra “Santa Ceia”, Leonardo retratou os 12 Apóstolos de Cristo... Abaixo, um selo da Libéria emitido em 1969 que também mostra a obra... Leonardo, talvez, tenha sido o maior pensador que já tivemos, um gênio insaciável pelo conhecimento. Ele era um visionário para sua época, pois idealizou o tanque de guerra, helicóptero, para-quedas, descobriu que o homem nunca poderia voar que nem os pássaros, batendo asas... Em toda sua vida trabalhou com arte, urbanismo, aerologia, hidráulica, engenharia, guerra, anatomia, náutica, mecânica, botânica, entre outras coisas. Mas, em 1519, depois de 67 anos de seu nascimento na pequena cidade de Vinci na Itália, o mundo perdeu o maior pensador de todos os tempos. “São Jerônimo” – Vaticano “Madona de Garofano” – Munique, Alemanha O original da obra-prima “L’annunciazione”, pintura a óleo e têmpera sobre painel, realizada cerca de 1472-1475 por Leonardo da Vinci, pertence ao acervo da Galeria degli Uffizi, localizada em Florença, na Itália. Esta pintura representa o momento em que o anjo Gabriel anuncia a Maria que fora escolhida pelo Senhor para ser a mãe de Jesus; segundo o Evangelho de Lucas (1:26). As figuras emblemáticas da Anunciação, inundadas de pureza e graça, foram temas frequentes no período do Renascimento... Do lado esquerdo, selo da Romênia... Do lado direito, selo da Alemanha emitido em 1990. Existe um outro selo alemão, emitido em 1952 (Michel: 311/314) que também mostra Leonardo da Vinci. Abaixo, 4 selos italianos... No centro, os dois selos foram emitidos em 1952 para comemorar o Quinto Centenário do Nascimento de Leonardo da Vinci. Do lado direito, um selo aéreo emitido pela Itália. Máximo postal da França emitido em 09/07/1952; nasceu em Vinci (Itália) e morreu em Amboise. Outras emissões: Citações de Leonardo: “Que o teu orgulho e objetivo consistam em pôr no teu trabalho algo que se assemelhe a um milagre.” “Quando ouvimos o sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas maravilhosas. O gênio do pintor há de se apossar de todas essas coisas para criar composições diversas: luta de homens e de animais, paisagens, monstros, demônios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para engrandecer o artista.” |
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